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MARTA MACÍAS
( ARGENTINA )
Marta Macías (nascida em Tres Arroyos, Buenos Aires, Argentina). Poeta e escritora. Residiu por muitos anos na cidade de La Plata, depois na juventude foi estudar na Universidade Nacional de La Plata.
Ex-presidente da Sociedade de Escritores da Província de Buenos Aires, também é notária aposentada. Publicou vários livros de poesia, incluindo: Sombras Azules, Vientos de Fragua, Série Ermitaño, Fabularia, La Piel del Mar, Cita en Port Lligat, Arenas del Ocaso, Him, The Blue House, The Aroma of Beauty I e II, e Huellas en la casa azul, muitos dos quais receberam o Cinturão de Honra da SEP
(Sociedade de Escritores da Província de Buenos Aires) e o Prêmio SADE ( Sociedade Argentina de Escritores ).
Realiza vídeos baseados em suas obras, e mostras onde combina pintura, música e literatura, expostas em diversos países. Em 2023 recebeu o Prêmio Internacional “José Vasconcelos” pela obra de sua vida, concedido pela Frente de Afirmação Hispanista , AC (México). Sua seleta obra poética está agrupada em Raptora de luz , publicação patrocinada pela Frente de Afirmação Hispanista e concretizada pelas Ediciones Deslinde em 2024, dentro da coleção Prêmio Vasconcelos.
TEXTOS EM ESPAÑOL – TRADUÇÕES EM PORTUGUÊS
MACÍAS, Marta. Raptora de luz. Premio Vasconcelos 2023. Madrid, España: Ediciones Deslinde, 2024. 617 p.
Exemplar doação do amigo (livreiro) Brito, em novembro 2024. No. 10 246
INSTANTE DE LA ROSA
En tiempo de la llaga
vaso trizado, graffitis
oscuridad de la ciudad,
desvarío de madrugada
con niños cansados
sin regreso, ni heredad.
Instante de la rosa en el pavimento.
Pétalo marchito en la caricia.
Instante de la rosa atrincherada.
Cae la luna de sangre
ilumina de púrpura la brevedad de un respiro.
La violencia esconde sus tijeras
serpentea a su lado.
Trampa, caída, sábanas grises,
Estrella errante, rostro de la ciudad.
Soledad, surcos de la vida.
Instante de la rosa.
Plegaria.
Gritos en el cemento.
Grietas en las calles.
Ella fulgura,
Sublime temblor.
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FONTANA DI TREVI
Era una noche
del otoño romano
la luna jugaba
en el brillo de los rostros
solo un hombre, una mujer
de cualquier lugar del mundo,
una pausa
un sosiego
pequeña ilusión
que cabe en una moneda,
deseos
Fontana di Trevi
sobre la calle sucia.
Mágica luz.
Centella.
Solo un hombre, una mujer
de cualquier lugar del mundo
pasaron.
Fueron también estela.
ESTA FATIGA
Desde este caos
esta fatiga de creencias
esta caída de niño
este desbautizo
prolongado
en vanas saciedades.
Desde el desarraigo
preciso
nuestro
persigue aliento nuevo
aleja mis castidades
piel dura
anda, pasa
sobre las espaldas
de grises cautiverios
libera su sed
crecido brazo
único brazo
tala mis vestidos.
LIBERTAD
Travesías humanas
tantos brazos.
Sudor de tierra
escalando la esencia
de tus voces,
desconcertante nombre.
Buscándote fuerzas ajenas
viento de polaridades.
Rutas de cárceles
informales
extravíos de rostros
tú distante,
como si el lenguaje expiatorio
nos turbara,
nos lastimara
en nuestros continentes
aislados,
eviscerados en su fondo
por tambaleantes figuras
veteranas a tu grito
a la placidez de ave.
Perseguida
en tu inexistencia plena,
brotas
en la desgastada lucha
de los sables,
y las incurables creencias
impotentes.
Te agitas
en los confusos muros
donde trazamos
ilusionários signos.
Rota
en nuestra bestialidad
de saturarnos libres
cantando ardiente soledad,
Creces tendida
a nuestro lado
inalcanzable, virgen,
despierta
con el asombro
de tus inmensos ojos.
TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução por ANTONIO MIRANDA
INSTANTE DA ROSA
No tempo da chaga
vaso picado, grafites
escuridão da cidade,
delírio de madrugada
com crianças cansadas
sem regresso, nem herança.
Instante da rosa no pavimento.
Pétala murcha pela carícia.
Instante da rosa entrincheirada.
Cai a lua de sangue
ilumina de púrpura a brevidade de um respiro.
A violência esconde suas tesouras
serpenteia ao seu lado.
Armadilha, queda, lençóis cinzentos,
Estrela errante, rosto da cidade.
Solidão, ranhuras da vida.
Instante da rosa.
Oração.
Gritos no cimento.
Rachaduras nas ruas.
Ela irradia,
Sublime tremor.
FONTE DE TREVI
Era uma noite
do outono romano
a lua brincava
no brilho dos rostos
apenas um homem, uma mulher
de qualquer lugar do mundo,
uma pausa
uma tranquilidade
pequena ilusão
que cabe muna moeda,
desejos
Fonte de Trevi
sobre a rua suja.
Mágica luz.
Brilha.
Apenas um homem, uma mulher
de qualquer lugar do mundo
passaram.
Foram também brilho.
ESTA FADIGA
Desde este caos
esta fatiga de crenças
esta queda de menino
este desbatizo
prolongado
em vãs fastios.
Desde o desenraizamento
preciso
nosso
persegue suspiro novo
afasta minhas castidades
pele dura
anda, passa
pelas costas
de cinzentos cativeiros
libera sua sede
crescido braço
único braço
derruba meus vestidos.
LIBERDADE
Travessias humanas
tantos braços.
Suor de terra
escalando a essência
de tua voz,
desconcertante nome.
Buscando forças alheia
vento de polaridades.
Rotas de cárceres
informais
extravios de rostos
tu distante,
como se a linguagem expiatória
nos perturbasse,
nos lastimasse
em nossos continentes
isolados,
eviscerados no seu interior
por vacilantes figuras
veteranas a teu grito
à placidez de ave.
Perseguida
en tua inexistência plena,
surges
na desgastada luta
dos sabres,
e as incuráveis crenças
impotentes.
Te agitas
nos confusos muros
onde traçamos
ilusórios signos.
Rota
em nossa bestialidade
de saturar-nos livres
cantando ardente solidão,
Cresces deitada
ao nosso lado
inalcançável, virgem,
desperta
com o assombro
de teus imensos olhos.
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http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/argentina/anrgentina.html
Página publicada em dezembro de 2024
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